Pintor é abandonado pela família em hospital

O pintor Sebastião Pereira da Silva, 50 anos, foi abandonado pela família depois que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ainda no final de dezembro de 2015. Desde então, ele passou um longo período internado no Hospital do Parque Piauí, zona Sul de Teresina, chegou a deixar a unidade, mas voltou nessa quarta-feira (20) ao hospital. Amigos pedem ajuda para conseguir material de higiene pessoal para cuidar do pintor.

Pintor é abandonado pela família em hospital
De acordo com Cláudia Costa, comerciante que conhece Sebastião desde a infância, o homem era muito querido na zona Norte de Teresina, onde realizava serviços de reparos em geral nas residências dos moradores, principalmente de pintura.

Ele passou a morar na casa de amigos, depois que uma irmã, com quem morava, faleceu em decorrência de complicações da doença de Chagas. Depois do AVC, ele foi abandonado pela família.

“Ainda estamos torcendo, eu lembro dele sempre muito alegre, brincalhão, divertido. Hoje a situação dele é bem complicada. A família abandonou ele por conta de brigas por causa de dinheiro, uma herança da qual não temos muitos detalhes, então não tem ninguém por ele”, disse.

Sebastião também contraiu a doença de Chagas na juventude. Também conhecida como tripanossomíase americana e chaguismo, a doença é transmitida por meio de um parasita presente nas fezes de insetos. Quando não devidamente tratada, pode causar insuficiência cardíaca.

“Ele teve diversos problemas do coração por conta da doença. Ele teve então um AVC, sofreu uma parada cardíaca e ficou com um lado do corpo completamente prejudicado. Algumas pessoas receberam ele em casa, estão ajudando, mas a situação dele se complicou, ele voltou para o hospital e agora precisa de ajuda”, informou.

O homem precisa de produtos de higiene pessoal, principalmente fraldas geriátricas. Segundo Cláudia, a situação de Sebastião é bastante delicada. As informações dos médicos aos amigos são de que o homem está em estado grave.

Os amigos que continuam ao lado de Sebastião podem ser contatados por meio dos telefones (86) 9 9844-4182 e 9 8830-0713. Qualquer ajuda pode ser comunicada pelos dois contatos.

Por: Maria Romero | Cidade Verde

Família recebe corpo de criança em caixa de papelão em hospital

Um caso grave de negligência e de violação aos direitos humanos ocorreu no Hospital Regional Senador Cândico Ferraz em São Raimundo Nonato, na última sexta-feira (07/11).

De acordo com o Boletim de Ocorrência – B.O, registrado por Sr. Jorziel Ferreira Dias, sua esposa, Sra. Maria Nilvânia dos Santos Lima, chegou no Hospital às 5:30h da manhã, em trabalho de parto.

Após muita insistência dos familiares, a mãe da criança só recebeu o primeiro atendimento às 10:30h, quando foi dito pelo médico que a criança já teria vindo à óbito e que seria necessário aguardar sua expulsão natural.bebê

Ainda conforme o B.O., a paciente foi levada ao centro cirúrgico somente às 19:30h, quando a criança foi retirada.

A declaração de óbito, assinada pelo médico Dr. Francisco Ronaldo da Silva (CRM 2092), atesta como causa mortis a aspiração de mecônio, insuficiência respiratória e prematuridade. Diz ainda à declaração que o feto estaria supostamente macerado e em decomposição.

A família, de lavradores humildes, natural da Localidade Boa Vista, Zona Rural de Jurema/PI, contesta a versão do médico e acredita que houve negligência no atendimento, pois na manhã do dia anterior a mãe se consultou no posto de saúde, onde se pôde ouvir normalmente os batimentos da criança, sem qualquer anormalidade.

O advogado da família, Dr. Pedro Ribeiro Mendes (OAB/PI 8303), afirma que já acionou a Delegacia Regional para as devidas providências.

“O caso é gravíssimo e a versão dos médicos do hospital destoa totalmente da realidade, pois a gestante havia se consultado no dia anterior e estava tudo certo com o bebê. É inadmissível que uma gestante que chegue no hospital apresentando sangramento e só seja atendida 5 horas depois! Estamos diante de uma negligência imperdoável, que só vem a revelar o pouco valor conferido à vida humana, notadamente daqueles que precisam se utilizar dos serviços gratuitos de saúde.”, diz o advogado Dr. Pedro Ribeiro Mendes.

O advogado ainda falou que é de causar choque a forma em que a criança foi devolvida à família, dentro de uma caixa comum de papelão, lacrada com esparadrapos. –“Não se pode compreender tamanha desumanidade, contrária não só à legislação sanitária em vigor, mas também às regras de civilidade.”, diz.

A família afirma que vai denunciar o caso também aos órgãos de defesa dos Direitos Humanos. Ainda segundo o advogado foi o segundo caso de natimorto no mesmo dia ocorrido no Hospital Regional de São Raimundo Nonato.

Homicídio culposo

O crime de homicídio culposo está previsto no Art. 121, § 3º do Código Penal e tem sua pena (detenção de 1 a 3 anos) aumentada em 1/3 se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão.

A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional porém até o fechamento desta notícia não obteve retorno.

Com informações do SãoRaimundo.com