Bolsonaro vira réu no STF por incitação ao estupro

Nesta terça-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PDC-RJ) virasse réu em duas ações penais. O resultado da votação na 1ª turma do Supremo foi de quatro votos a um.

Bolsonaro vira réu no STF por incitação ao estupro

O deputado carioca responderá por incitação ao crime de estupro e uma queixa-crime por injúria por ofender a deputada federal Maria do Rosário (PT-RJ) em uma discussão sobre o estupro.

Em discurso no plenário da Câmara, em 9 de dezembro de 2014, o deputado Jair Bolsonaro (na época filiado ao PP), disse  que só não “estupraria”  Maria do Rosário, ex-ministra de Direitos Humanos do governo Dilma, porque ela “não merecia”.

“Não saia, não, Maria do Rosário, fique aí. Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias [na verdade a discussão ocorreu há alguns anos] você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, afirmou Bolsonaro, à época.

“A violência sexual é um processo consciente de intimidação pelo qual as mulheres são mantidas em estado de medo”, afirmou o ministro Luiz Fux. Relator dos processos, ele afirmou que não se pode subestimar os efeitos dos discursos que possam gerar consequências como o encorajamento da prática do estupro. Ao votar favoralmente pela abertura das ações penais, Fux enfatizou que o deputado repetiu suas declarações em entrevista aos órgãos de imprensa.

Junto com Fux, os ministros Edson Fachin, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso também votaram pela abertura das ações penais. O ministro Marco Aurélio foi o único voto contrário. O ministro afirmou que a declaração de Bolsonaro foi um “arroubo de retórica”.

A defesa de Bolsonaro defendeu o direito de liberdade de expressão do congressista e afirmou que estupros no Brasil não aumentaram por conta de declaração. No Twitter, Bolsonaro reclamou da decisão do STF: “Diante de tantos escândalos a ética e a moral serão condenadas?”

UOL