Mas, médicos, cadê vocês?

Há cerca de três semanas, o Conselho Regional de Medicina do Piauí comemorou a decisão do Governo de Cuba de encerrar a parceria com o Brasil no programa Mais Médicos, que garantia a atuação de profissionais cubanos em milhares de municípios do país, muitos dos quais localizados a longas distâncias dos grandes centros urbanos, nos chamados grotões do país.

“O intuito do CRM Piauí é que as vagas sejam ocupadas por médicos brasileiros, com a devida valorização e condições ideais de trabalho em todos os municípios piauienses, para que a população usufrua do direito constitucional de ter saúde de qualidade”, afirmou o CRM-PI em nota enviada a esta coluna. Além disso, o Conselho garantiu que o Brasil possui médicos suficientes para atender a população. Pois bem. Até esta quarta-feira, dia 5 de dezembro, apenas 12 dos 199 médicos inscritos no programa Mais Médicos no Piauí haviam se apresentado nos municípios.

E houve até denúncia de casos de profissionais que estavam entrando em contato com prefeitos e impondo como condição para se inscreverem no programa a possibilidade de permanecerem nos municípios por apenas dois ou três dias por semana – o que contraria um dos preceitos fundamentais do Mais Médicos, que é a presença constante de profissionais atuando na atenção básica à saúde em locais cuja população não tinha acesso a esse tipo de atendimento antes do programa. Agora, a população piauiense, sobretudo a parcela mais carente, aguarda uma nova posição do CRM-PI.

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